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BO ! (aramaico)

junho 20, 2008

Há 20 dias do prazo para banca de doutorado:

[Recebido ontem, dia 19, por volta das 22:00h. O convite inicial, dia 09, foi filtrado pelo anti-span do provedor]
Prezado Marco Antônio
Como vai?
Só agora consegui uma trégua para te dar um retorno sobre o seu convite. Reavaliando minhas atividades no mês de agosto, percebi o quanto estou de fato sobrecarregada e como corro o risco de não dar conta de forma satisfatória dos compromissos já assumidos. Por isso, não posso aceitar seu convite. Gostaria de me desculpar por ter criado a expectativa de que eu poderia compor sua banca e viabilizar o encaminhamento de sua situação atual, mas eu de fato me mobilizei pela curiosidade em relação ao seu trabalho e pela tentativa de abrir um espaço no mês para ir até Campinas. Mesmo assim, quis conhecer o seu estudo e li com muito prazer. Pareceu-me, de verdade, muito interessante. Gostei demais dos mini contos, que são bem mais inventivos do que os que já li de outros autores. Quanto ao texto da qualificação propriamente dito, há uma profusão de idéias e de autores citados, que talvez mereçam uma ordenação melhor ou mesmo um desenvolvimento mais detido em cada passo, pois contém insights valiosos. A brevidade, nesse caso, atropela um pouco o caminhar da análise. Achei que você é realmente um escritor. Um ótimo escritor. E se me permite opinar, eu não o vejo tanto como acadêmico ou doutor em... teoria do gênero (?), mas como um criador de narrativas densas e diminutas, cápsulas explosivas, pílulas de alcance ilimitado. Por que não se dedicar a isso, publicar seus textos para um púiblico mais amplo e mais versátil, uma vez que seu projeto (como você me disse ao telefone) não é a docência? De qualquer modo, hoje pude me deter nos seus escritos e te enviar essa pequena mensagem, mas não terei essa disponibilidade no segundo semestre. Espero ver você publicado e lido por quem não se importa com sua titulação. Ainda assim, se for mesmo o seu desejo completar esse ciclo já começado, torço para que você finalize com sucesso.
Um abraço
Yudith Rosenbaum
Dep. Literatura Brasileira- USP


[OBS.: O Prof.Dr.(e escritor) Fernando Paixão confirmou presença na banca]

9 comentários:

Maria José Speglich disse...

Parabéns! Boa sorte!

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Olá, Marco!
Infelizmente, por viver totalmente mergulhado na criação literária e por estar muito distante da vida acadêmica, estou passando pelo mesmo drama que você. Terminei de escrever minha tese de doutorado, que precisa ser depositada na secretaria de pós-graduação em agosto, e até agora não consegui juntar a banca.
Eu preciso de quatro titulares e cinco reservas (número absurdo)! Será que passaremos incólumes por mais essa etapa, em nossa "jornada do herói"? Um abraço,
Nelson

{Nelson de OLiveira,ficcionista, ensaísta, publicado e premiado, foi meu oficineiro no "TURMA 3", cujas produções literárias são mantidas por um "YahooGroup" de mesmo nome.Recentemente lançou o seu "Oficina para EScritores-sobre Ler, Escrever e Publicar"}

Carolina disse...

Woohoooooooooo!
Arrasou, hein tio! ;) hahaha.

E boto fé no que ela disse, que vc deveria se dedicar mais à sua carreira como escritor. Pessoalmente, adoro o q vc escreve e como escreve.

Beeeeijos! =)
;********

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Olá Marco Antonio
Que bom que você recebeu meu email com abertura e sabedoria.
Fico muito aliviada e desejando que você prossiga com alegria em suas produções tão pessoais e inventivas.
Um grande abraço
Yudith

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Prezado Marco,

Faz muito tempo que não nos falamos, seja pela boca ou pelos dedos como agora. Nesse largo intervalo muito ocorreu de ambos os lados e certamente muito também temos para contar. Outro dia mesmo quase escrevi para você – tinha acabado de ler “Auto de fé”, de Elias Canetti e queria trocar umas figurinhas sobre o que o próprio autor comentara sobre a obra - você era o interlocutor por excelência para este assunto - mas achei que o momento não seria oportuno devido à sua tese. E ela que é o verdadeiro assunto desta mensagem.

Sempre que nos aventuramos em alguma experiência ou atividade encontramos terrenos adversos e uma empreitada como essa não poderia ser exceção. Infelizmente, parece que no centro das coisas que mais gostamos estão as piores pessoas – os sentimentos do mundo acadêmico sempre me pareceram tarsílicos, djaníricos, com suas cores fortes e infantis. Disputas de ego, vaidades, insensibilidade, crueldade, antecedem o bom-senso ou às vezes cobrem a falta que ele faz.

Li sua tese duas vezes (a versão que está na “Mesa do Editor”), bem como o Memorial e os microcontos, vários dos quais não conhecia. Seria leviano de minha parte tecer comentários a respeito da tese propriamente dita face ao desalinhamento de conhecimento que há entre nós sobre este assunto e suas bases. Por isso prefiro me ater a comentários gerais e à situação que você nos relatou por e-mail.

Fica claro que para chegar às colocações que você faz na tese foi percorrido um longo caminho de maturação. Houve um investimento pesado em tempo, esforço, dedicação, reflexão, buscas, etc e também em expectativas e sonhos.

Também é evidente que você selecionou um tema que lhe é muito especial e ao qual você se dedicou também como “produtor” e não apenas como “crítico” e que esta opção tem para você um valor de nutrição.

A tese está com uma data fatal e neste momento o que deveria estar acontecendo é um foco no “arredondamento” do conjunto (do que li, senti a necessidade de alguns ajustes para deixar a compreensão deslizar com um pouco mais de facilidade) e na inclusão de alguma questão ou resposta sugerida ou solicitada por seu orientador ou outros envolvidos. Mas jamais iniciar alterações profundas.

Claro que a vontade neste momento é de concluir o trabalho face ao desgaste que foi chegar até a este ponto. Entretanto, é preciso ponderar e avaliar se as inclusões solicitadas, devido à falta de tempo, não vão fragilizar a tese, já que talvez não haja condições de apresentar novos dados com a densidade necessária. Este data final era prevista e conhecida e não há o que reclamar sobre ela e sim como lidar com os fatos atuais.

Acho que o momento não é mais para lamentar e sim para decidir. Uma decisão dolorosa, que deve ser mantida firmemente entre as mãos e levada adiante com determinação, sem revides, sem olhar para trás.

Chegou a hora de olhar, isto sim, para você mesmo e para as pessoas que estão à sua volta e ficar de novo mais perto da vida – acho que poucas experiências são tão extenuantes quanto a imersão na preparação de uma tese, o que absorve, suga, mina, exaure, transtorna, transforma e quantas palavras mais você puder acrescentar. E depois rever alternativas de continuidade e viabilização para o trabalho começado.

Abraços do
Carlos

{Publicitário - Sã Paulo)

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Roberto Amaral 11 minutes ago
(PLAXO PULSE):
Marco,
esforce-se por concluir seu doutorado, não dê esse prazer para os enrijecidos policialescos epistemológicos de plantão. Lembre-se: o seu doutorado não é só seu, mas de todos aqueles e aquelas que lhe querem bem e o admiram (entre estes últimos, incluo-me). Portanto, cumpra essa etapa, supere-a e vamos fazer literatura!
Grande abraço.
{Doutor em Educação _Goiás)

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Não dá pra esconder que fico triste de saber que você não levará a tese à defesa. Devido à sua dedicação, o quanto você trabalhou e se estressou durante este período todo e, acredito, deve ter se estressado mais ainda tendo que tomar essa decisão.
Fico mais triste ainda de constatar realmente o conservadorismo, que você tanto se queixou a mim, por parte dos (pseudos)intelectuais quanto à sua personalidade em escrever sobre um assunto ainda pouco debatido no país: as micronarrativas. Como você mesmo disse, devem estar passeando por NY ou Europa ou mesmo se deleitando na gincana midiática e aproveitando o "super-aquecimento editorial" (palavras suas). Comportamento de quem, com exímia competência, consegue atrelar a literatura ao mercado, o que é bastante difícil e , claro, uma das partes sempre sai em detrimento. Não precisamos nem falar qual, né? Dá-lhe código de barras nos livros deles! ( O conservadorismo lhes é benéfico.)

Assim, parabéns pelo posicionamento corajoso e de personalidade (assim como a escolha do tema da tese e o envolvimento com os microcontos que, como já disse, aconteceu com você numa rapidez e intensidade características da prórpia micronarrativa) que você teve. E é mais do que claro que o apoio do Zero aqui você sempre terá! Bola pra frente!

Pedro Serrano

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Oi, Marco,
Você não me decepcionou de forma alguma. Espero que continue na “batalha” e, se isso serve de motivação, acho sua obra interessante e incomum; nunca havia ouvido falar de Mc, mesmo sendo uma acadêmica do curso de Letras. Sinto que de alguma forma você colabora para a expansão do meu conhecimento.
Vivian Cardoso
João Pesoa





P.S.: o fato de não deixar recados no seu blog não significa que não o visito, gosto do que você escreve e quando leio, mil idéias surgem. Mas, às vezes, prefiro guardar meus pensamentos, que mais parecem devaneios.

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Oi, Marco, quanto tempo hem?
No seu poema daquele dia, na verdade o que estava faltando era em vc e não no poema, pq vc não estava feliz por onde foi escorrendo a nascente do seu tão imenso rio transbordante de realizações, e que vc não esperava que uma correnteza de imprevistos desviasse sua rota assim bruscamente.
Foi como se vc tivesse perdido um filho pequeno na neblina, por aí se adiaram um pouco as suas realizações,um filho que ainda não soubesse soletrar palavras, um filho que está perdido no meu poema que se intitula: "Se fosse há um minuto atrás"(que vai estar no meu livro, tão cheio das dores do mundo que dói qd eu o pego nas mãos...
Eu prometo a vc que vou te mandar um poema feito de SEROTONINA E MARZIPAN, pq aquela Crônica sobre as fotos no aparador eu só quis fazer um teste como escrever na realidade, e quer saber?
não é o meu forte.P(or isso prometo para vc que farei um poema onde palavras escorregarão por entre meus dedos sem que eu consiga contê- las como vc tanto espera sempre que eu o faça
Bjs muitos pra ti.
da sua amiga oficineira Fátima

{O poema referido é o "Mea Culpa" e as referências ao marzippa e seretonina são alusões ao microconto-despedida no site www.minguante.com em sua próxima edição, cuno mote á "Desejo". No entanto, o primeiro fragmento da tese "Brevidade e Epifania na Micronarrativa Contemporânea" que decidi não levar à defesa em desagravo à inviabilização acadêmica atinente a prazos e indisponibilidades de mais de uma quinzena de membros titulares convidados para a banca ( da Unicamp e outras universidades como Usp, UFMG,etc.), este deverá ser publicado na seção "Microteorias" do referido site internacional de micronarrativas. Atualmente voltei aos contos breves com experiências lingüísticas em ficção científica. }