SONETO PARA CORDA
Por Marco Antônio de Araújo Bueno
(À memória de Fernando Reinaldi)
Caro, tive uma epifania
(Ela me surgiu por via onírica),
Não oniróide, como teu acidente,
Mas embalada numa narrativa:
Você, agitado, contente, sorria
(Como sempre, timidamente)
E me consolava por que havia estourado
Uma das cordas do violão que lhe herdei
. "Relaxa, tava podrinha
".( Uma mentirinha):
Teu instrumento nunca desafinou aqui comigo!
Quiçá por tê-lo, antes por amigo que paciente..
.
Talvez porque o acidente fôra qual um susto
(de corda de aço que rebenta em plena afinação)
E põem todo mundo, cantando sim, mas...silente