03, 2006
Desespelho
Por Marco Bueno
Espelho, espelho meu,
Existe alguém no mundo?
Sim! O pressentido, que ousa.
Quando não refrata teu corpo
No corpo reconhecido;
No gozo que a especulava
Só para descapturá-la.
Seqüestrada pelo invisível do seu cio,
Há meses carente desse sinto-no-sinto,
Desse vejo, no vejo refletido
Na barbárie de desfragmentá-la.
Por puro desespelho, no fundo, ousa
Com dedos, restaurá-la plena em pelo
Em plena nudez da visibilidade.
Aquela que não aliena, quebra o espelho!
Espelho, espelho meu-
Que não exista alguém no mundo
Que não me seja apenas eu.
# posted by Sergio : 5:46 PM 1 comments
abril 17, 2006
"Desespelho"_Oficina, mote: "Elevador",de Valério Oliveira
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Um comentário:
comentário
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Wallace Fauth disse...
O desejo de conhecer-se a si mesmo. Que não haja o pressentido, que ousa. Que não exista alguém que não seja você mesmo, completamente conhecido e sobre quem tem completo controle.
Foi a angústia que consegui enxergar no poema: que infelizmente existe outro (o pressentido) e daà a necessidade do desespelho.
Se não foi isso, Marco, mais uma vez não me foram dadas as chaves. Não que isso seja uma desvantagem para o poema. Não entender isso é desvantagem para mim.
14 April, 2006 10:25
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