INFINITUM - V.II (Meu)
VAGA – PARTE I
Por Marco A. de Araújo Bueno
Então não se fala mais no assunto e o que fodeu, fundido está. Como? Não compreende, não alcança a mecânica da coisa? Pois bem, sejamos profundos ainda mais, na sujidade dela. Pois ela não tinha balisas, critérios, fosse no que fosse. Um cata vento para os antecedentes, uma irresponsável frente às conseqüências. No início nem sabia do que se tratava, saltava alegrinha no vácuo. Mas sempre houvera quem a ancorasse nalguma gavetelha da moralidade vigente.Acabava por se fundir às versões dela, às ficcionalidades, compreende?
5 comentários:
Há um texto breve - 'Poseidon', da escritora Paulo Miasato, da Casa da Palavra de Sto André, que guarda uma complementariedade com este meu, a beirar a ideia junguiana de Sincronicidade; até pela forma como se encontraram e consignaram tal sintonia.Por hora, sob o MARCADOR : SOMATOTEXTOS. Trata-se de uma perspectiva experimental. Experem, experem!
Só boas novidades por aqui. Breve, compacto. Constrói uma intimidade intimidadora com o leitor - e tem um final (com a rima, e o ritmo que decorre) primoroso. Bem... Não é de espantar isso depois de dois (bons) poemas. Continue assim!
POSEIDON
Eu pedi pra que ela viesse. Relutante, ela veio. Sentou a minha frente. Me olhava sem dizer nada. Então eu disse "Vem..."e ela veio. Andava devagar, pés descalços, vestia pouca roupa. Eu insisti: "Vem!" e a ajudei, a incentivei com pequenos beijos em seus pés. Ela fechou os olhos e esse momento foi crucial. Lambi seus pés, dedo a dedo até o calcanhar e ela cedia, se atirando em minha direção. Lambi suas coxas brancas com vigor, mas nunca sem perder a delicadeza até lamber todo o seu sexo. Então ela se derramou em mim e eu a amei como nunca a havia amado. Gozamos e por fim, pude vê-la caminhando de volta, pernas bambas e brancas, meladas do nosso gozo.
Paula Miasato
[A Literatura está se movendo, e nós, suas pulgas, nos movemos com ela, crentes que ela obedece às nossas vontades.]Bráulio Tavares, sobre as vanguardas. Gratíssimo à colega Paula Miasato. No caso, não houve nenhum tipo de reporposing de textos, eles nasceram e seguem isolados. Mas houve uma sincronia que faz pensar numa espécie de Encontro, na acepção deleuziana da palavra.
Paula Miasato disse...
Caco, fiquei muito feliz com a publicação. Surreal a experiência, diria que coisa do além. Acaso que casa. Um beijo.
7 de fevereiro de 2012 22:46
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