FOTO POR - Bruno Kampel
CAFÉ OU ÁLCOOL EM MIM - NOTAS PARA UM ESTADO LAICO E LÍQUIDO
Por Marco A. de Araújo Bueno
A mulher despertou-se no bairro dela no último domingo. O bairro tem o mesmo nome do segundo maior aeroporto do país. Pela atenção que despertará mais adiante nesse dia seria mesmo justo tomá-la
por 'desequilibrada mental'?
Malmente desperta foi coar um café que, mais além, verteria para uma términa não vermelha, diga-se.
Ganhou a rua meio zumbi e, quarteirões adiante, ei-la no meio dum passeio político que o governador do Estado fazia para despertar simpatias ao candidato dele ao segundo turno.Era um dia ventoso na Cidade
Fênix, diga-se, e a mulher postou-se diante do político loquaz, exato, para liquefazer a loquacidade dele.
( Nada se sabe sobre se fizera a própria cama ou se escolhera vestir-se adequadamente).
Um vez postada diante do governador - abreviando o relato para reidratar o fato - ela se serve do café
e o arremessa direto do copinho plástico à cara do político. Gustavo Magnusson, fotógrafo, captura a cena com felicíssima precisão : o líquido quente (?) atingindo rosto e peito do político que cerra os olhos.
Pois bem, se a mulher 'agressora' passou rápido do café privado ao fato público - coisa de político!
- "Acho que isso pode significar um sinal de desespero", brada o governante, capitalizando o fato e
liberando a mulher de ser recolhida 'aos costumes'; distribuindo e atribuindo significações, incendiaria-mente infundadamente, mente, mente que nem sente. Brindo à mulher e lanço minha chávena de xá quente.É.
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